Regras do Jogo

 

1 – Introdução

O Bridge é um jogo de cartas que deriva do WHIST, um jogo de vazas praticado na Inglaterra, desde o início do século XVI. Desde então expandiu-se por todo o mundo. Actualmente, o Bridge é considerado um desporto da mente em quase todos os países. A nível nacional, a competição é organizada pelas respectivas Federações, que participam em competições internacionais, sob a égide da World Bridge Federation e das organizações zonais, no caso europeu a European Bridge League.

 

2 – O Objectivo do Jogo

Ao contrário de outros jogos individuais, o Bridge é um jogo de pares. Na mesa de jogo, sentam-se quatro jogadores (dois pares), um dos pares na “linha Norte-Sul” e ou outro na “linha Este-Oeste”. Em cada rodada, designada por “mão” na linguagem bridgística, são distribuídas as 52 cartas, 13 por jogador. O jogo tem duas fases, o leilão e o carteio. Na fase do carteio, o par que fez a maior oferta na fase do leilão, tenta fazer o número de vazas prometido e o par opositor tenta contrariar este objectivo.

No Bridge de competição, o objectivo de cada par é conseguir uma pontuação melhor do que os restantes pares que joguem com as mesmas cartas e na mesma linha.

O Bridge também pode ser jogado socialmente, onde a pontuação obtida por cada par é considerada mão a mão, sem comparação com outros pares.

 

3 – As Cartas

No Bridge, utiliza-se o baralho inglês, de quatro naipes (Espadas, Copas, Ouros e Paus, por ordem hierárquica) com 52 cartas, 13 de cada naipe. Espadas e Copas são designados por naipes “ricos” ou “maiores”, e Ouros e Paus por naipes “pobres” ou “menores”. A hierarquia das cartas, por ordem decrescente, é a seguinte: Ás, Rei, Dama, Valete, dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três e dois. As cinco cartas superiores de cada naipe são designadas por honras.

 

4 – Início do Jogo

Em cada mão, um dos jogadores é designado por “dador”. No Bridge social, o dador é sorteado (quem tira a carta mais alta) e este, depois de baralhadas as cartas, distribuí-as pelos quatro jogadores, uma a uma, no sentido horário. No Bridge de competição, o dador está pré-determinado: o jogador sentado em Norte na mão nº 1, Este na nº 2, Sul na nº 3, Oeste na nº 4, voltando a ser Norte na nº 5, e assim sucessivamente. As cartas podem ser baralhadas e distribuídas à mesa de jogo, a primeira vez que cada mão é jogada. Hoje em dia, em quase todas as competições, as mãos são geradas aleatoriamente por um programa informático, e as cartas armazenadas numa carteira com quatro divisórias, correspondentes aos quatro pontos cardeais. Assim, os jogadores retiram as cartas da divisória correspondente ao seu lugar na mesa e, depois de jogada a mão, as cartas voltam a ser colocadas na mesma divisória da carteira. Isto permite que todos os pares sentados na mesma linha joguem as mesmas mãos e os resultados obtidos sejam comparados.

 

5 – O Leilão

Quando os quatro jogadores estão na posse das suas 13 cartas, inicia-se o leilão. Nesta fase, através de ofertas sucessivas, um dos dois pares assume o compromisso de realizar um determinado número de vazas, com um dos naipes como trunfo ou sem trunfo. O leilão é iniciado pelo dador. Este pode optar por passar ou fazer uma oferta, mediante uma declaração. No decorrer do leilão, falam por turno e em sentido horário, os demais jogadores. As declarações transmitem ao parceiro e aos opositores o teor da respectiva mão. Através do conjunto das declarações, cada par determina o potencial de vazas a realizar pela sua linha. A maior oferta determina o número de vazas que o par se compromete em realizar, e o naipe de trunfo (ou sem trunfo), ou seja “o contrato”. O “Sem Trunfo” funciona, no Bridge, como um quinto naipe, hierarquicamente superior aos restantes quatro. Do par que realiza a oferta mais alta diz-se que “ganhou o leilão”.

 

6 – O Carteio

O jogador do par que ganhou o leilão que mencionou em primeiro lugar o naipe do contrato final converte-se no “declarante”. O seu parceiro converte-se no “morto” e os adversários convertem-se nos defensores, cujo objectivo principal é o de impedir que o declarante cumpra o seu contrato. O jogador sentado à esquerda do declarante joga a primeira carta, ou seja a “carta de saída”. Seguidamente, o morto expõe as suas cartas, ordenadas por naipes e por valor, dentro de cada naipe; a partir daqui, o morto deixa de interferir no jogo, limitando-se a jogar as cartas indicadas pelo declarante.

Como em todos os jogos de vazas, os jogadores são obrigados a jogar uma carta do naipe da primeira carta jogada em cada vaza (diz-se que são obrigados a “assistir”). Não tendo cartas para assistir, podem “cortar” com uma carta de trunfo (sendo o contrato em trunfo), ou jogar uma carta de outro naipe, ou seja “baldar”.

As cartas são jogadas no sentido horário e ganha a vaza a linha que jogou a maior carta do naipe da primeira carta da vaza, ou a maior carta de trunfo. Jogadas as 13 vazas, faz-se o computo das vazas ganhas por cada par ou linha. Se o declarante fez mais vazas do que o prometido, diz-se que “fez X vazas a mais”. Se fez menos, diz-se que “levou X cabides”. Se fez exactamente as vazas prometidas, diz-se que “cumpriu” o contrato.

 

7 – A Pontuação

Sempre que o declarante cumpre o contrato ou faz vazas a mais, o seu par ganha uma determinada pontuação. Se levar cabides, são os defensores que ganham pontos. Existem pontos de prémio quando se cumprem contractos elevados: prémio de “partida” para contractos de 9 vazas em Sem Trunfo, de 10 vazas nos naipes ricos e de 11 vazas nos naipes pobres; prémio de pequeno “cheleme” para contractos de 12 vazas e prémio de grande cheleme para contractos de 13 vazas.